sábado, 15 de março de 2008

Religião

Bem, esse sempre é um assunto difícil de se falar (até mesmo de se dialogar). Eu não deixo de sempre dizer a todos, sou um pagão!... Tá, um paleopagão.
Alguns confundem muito ser pagão com algo herético (o que não é completamente errado, já que significa do grego haíresis, escolha), algo pecaminoso, como se a pessoa não fosse batizada (coisa que se eu pudesse ter escolhido, não seria hoje em dia), mas a palavra vem do latim paganus, que significa homem do campo ou mesmo camponês, rústico. O paleopagão é aquele que tem crenças nos deuses antigos da humanidade, antes da Conversação (a.C.). No meu caso é a crença politeísta nos deuses helênicos.
Lógico, eles foram discriminados no momento da imposição da religião cristã e seus cultos e celebrações foram convertidos em feriados cristãos, mas muitos ainda os conhecem e estudam, pois fazem parte da história do mundo e são hoje conhecidos como mitologia grega.
A várias confusões que acontecem entre os deuses helênicos e romanos, devido suas semelhanças, como melhor exemplo Hércules (mais conhecido) e Héracles. O primeiro nome é uma referência latina ao segundo, mas a história é a mesma. Nascida da relação de uma humana com um deus, Héracles era o homem mais forte do mundo, que fora submetido a doze trabalhos. Seu semelhante bíblico, Sansão, tinha igual força, mas diziam que ele houvera adquirido-a de dons do deus hebráico, assim seus cabelo era sempre mantido grande. Quando vimos filmes de referência de um ou de outro, eles são sempre retratados como homens de aparência rudo, com cabelos grandes e - as vezes - barba. Ambos foram traídos por mulheres, Héracles foi traído pela própria esposa, que ungiu sua armadura com sangue de centauro, fazendo-o ficar em carne viva e matando-o. Héracles se elevou aos Campos Elísios e foi consagrado por seus pai, Zeus, como um grande guerreiro. Ajudou os deuses no combate ao Gigantes, onde salvou Hera, que o odiava mortalmente. Desposou no Olimpo sua meia-irmã Hebe, deusa da juventude. Já Sansão foi traído por Dalila, que cortou seus cabelos e o entregou aos seus inimigos, os Filisteus. Num último ato de sacrifício, ele pediu o retomar de suas forças ao deus hebráico, matando-se e aos seus inimigos.
Ser paleopagão é complicado nos dias de hoje, pois poucos acreditam e confiam que você é assim, que você não acredita no deus único, no deus hebráico, adotado pela religião cristã monoteísta.
Você não consegue conviver muito bem com a aceitação das pessoas, as vezes se submetendo a atos dos quais você não está dentro de suas crenças.
Como foi criado num meio cristão-católico, aí que a coisa piora mesmo, pois você é olhado como um "ovelha-negra", pois tudo se consegue ao louvar o deus deles. Não é bem assim, a fé que temos não importa que seja num deus único ou em vários é que faz as coisas acontecerem. Veja o exemplo de vários ateus que conquistam coisas, pois têm a fé neles mesmo. Mas é difícil aceitar tal situação, quando por quase dois mil anos nos é imposto uma religião na qual a pessoa frequenta um templo, acreditando que lá conseguirá a rendição.
Alguns podem pensar que por eu ser paleopagão, ou mesmo um helenista, sou um cara chegado aos sacríficios de virgens ou alguma coisa parecida, como retratados em filmes e as vezes divulgados em certos cultos, mas não. O máximo que acredito no sacríficio, é de si mesmo, mas não no intuíto de se matar ou a alguém, mas sim de se arriscar, para conseguir algo.
Bem, não sigo os dez mandamentos, que já ouvi muitos cristãos dizendo seguirem, mas adorando imagens de santos e até mesmo uma imagem do seu "salvador" em uma cruz. Eu adoro imagens, são representações da imagens terranas dos deuses, representam como eles seriam vistos, caso tomassem formas humana. Sou dévoto de Atena, deusa da sabedoria, de Apolo, deus das artes, e de Díoniso, deus dos prazeres e patrono do teatro. Sempre agradeço a eles os bem-fazeres que ocorrem comigo, mas nunca deixo de agradecer a um outro deus quando algo ligado a outro momentos de minha vida ocorrem. Quando alguém está muito doente, clamo a Asclépio por sua cura mais breve possível, quando vou me recolher ou quando alguém me fala isso, clamo aos deuses do sono e dos sonhos, Morfeu e Hipnos, que guiem as pessoas por bons sonhos, e por aí vai.
Uso em geral amuletos não ligados ao cultos dos deuses helênicos. Um dos meus preferidos é a ankh, símbolo egípcio da vida. Ela tem várias representações, desde a união dos deuses Osíris e Ísis, do panteão egípcio, até a simbologia da vida eterna, usada por muitos vampiristas e jogadores do RPG Vampiro: A Máscara. Outro que uso muito é o pentagrama, um símbolo mais antigo do que a atual concepção religiosa. O Pentagrama é a famosa estrela de cinco pontas, usada hoje em dia por neopagãos e wiccans. Ele simboliza as quatro forças na natureza (água, terra, fogo e ar), guiados pelo espírito (Akasha), também conhecidos como Os Cinco Elementos.
Tenho ainda, tatuado nas costas, o Udjat (ou udyat) ou Olho de Hórus, símbolo de proteção e poder.
Não posso - e nem quero - ir contra a crença da atualidade, onde o homem crê no deus hebraíco e faz dele seu "senhor", e do profeta Jesus de Nazaré, seu filho, o guia para a salvação (alguns crêem até que ele seja o "senhor"), mas gostaria também de que me aceitassem como sou, sem condenações e sem preconceitos (do dicionário = conceito antecipado e sem fundamento razoável). A falta de conhecimento do que as pessoas crêem leva a isso. Antes o conhecimento, depois a reprovação.
É aquele lance, não sou um devorador de criancinhas, nem vou sacrificar virgens em altares (só se eu fosse maluco para tal!), vou viver minha vida pedindo e agradecendo as minhas divindades, pois é assim que se adora a algo ou alguém, mesmo quando a morte chega aos nossos entes mais queridos... No meu caso peço a Tânatos, deus da morte, que os guie até o Inferno (diferente da concepção bíblica da palavra), reino do deus Hades, e lá os mostre o caminhos para os Campos Elísios, onde repousam os de bom coração.

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